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Title: Música e liminalidade: a experiência musical em contexto ritual e terapêutico
metadata.dc.creator: Rosa, Sandro Santos da
metadata.dc.contributor.advisor1: Adam, Júlio Cézar
Keywords: TEOLOGIA PRÁTICA;Victor Turner;Liminalidade;Liminaridade;Música;Liturgia;Experiência musical;Contexto ritual;Contexto terapêutico;Liminality;Mucic;Liturgy;Musical experience;Ritual context;Therapeutic context
Issue Date: 21-Aug-2017
Publisher: Faculdades EST
Series/Report no.: TD;172
metadata.dc.description.resumo: Estudando uma pequena tribo chamada Ndembu, no nordeste da Zâmbia, o antropólogo Victor Turner (1920-1983) desenvolveu a noção de liminalidade. Através dela, o autor mostra que a sociedade Ndembu caracteriza-se por ser uma mistura de fenômenos estruturais (âmbito político, jurídico e econômico) e fenômenos contraestruturais (âmbito das artes, religião, esportes, etc.). Na ideia de contraestrutura é que se encontra o fenômeno da liminalidade. Este fenômeno caracteriza-se como “retiro” e “escape” das condições estruturais. É um momento de verificação dos valores e axiomas essenciais da cultura, de onde provêm a moral e a ética. Nos momentos liminais alcançados pelas atividades rituais frequentemente ocorre a simplificação ou até mesmo a “eliminação” momentânea da ideia de estrutura. Victor Tumer observou que uma das principais razões para a existência do fenômeno da liminalidade deve-se ao fato de que através dela, crises e conflitos individuais e/ou sociais são reparados. No momento em que algum problema se instala na vida individual ou social, os ritos “aparecem” para tratá-lo, explorando a dimensão simbólica da realidade social e colocando as pessoas diante das causas do problema. As práticas garantem o equilíbrio e o bem-estar da vida social, cumprindo, assim, um papel terapêutico. A partir dos estudos entre os Ndembu, Victor Turner passou a refletir sobre os meios de resolução de conflitos das sociedades industriais, tecnológicas e globalizadas. Foi aí que o autor criou a teoria dos fenômenos “liminóides”. Os fenômenos liminóides caracterizam-se por serem genes da liminalidade das sociedades antigas e tradicionais. Em nossas sociedades a liminalidade está fragmentada em múltiplos gêneros de performances culturais, como o teatro, a música, o cinema, os esportes, etc. Esta constatação reconhece certa deliminalização da liturgia cristã na atualidade. Com a fragmentação da liminalidade fragmentou-se também a noção de salus. Na totalidade liminal, o termo salus designava um só conceito que englobava as noções de saúde e salvação. Atualmente, saúde e salvação representam coisas distintas. A salvação está ligada ao rito. A saúde às áreas médicas. A consequência desta “cisão” é que o rito religioso foi gradativamente desinstituído do seu poder terapêutico. Com esta problemática chega-se a duas questões preliminares: há razão para que a liturgia seja reliminalizada? Se há, quais são os meios para esta reliminalização? Como questão geral de pesquisa, emprega-se: pode a dimensão musical dos ritos contribuir para que a liturgia redescubra seu potencial liminal e terapêutico, tendo em vista que a música, um dos elementos do rito, tomou-se uma forma especializada de terapia, a Musicoterapia? Como hipótese geral tem-se que a dimensão musical da liturgia é um importante fator para a potencialização da liminalidade litúrgica. Potencializando a capacidade liminal da liturgia através de sua dimensão musical, resgatar-se-á também a dimensão terapêutica inerente à liturgia cristã desde as suas origens. Com a redescoberta da sua capacidade terapêutica a liturgia pode redescobrir sua relevância social em meio aos demais liminóides. Para a verificação desta hipótese, buscar-se-á na Musicoterapia elementos teóricos e epistemológicos que fundamentem o poder liminal da experiência musical em si mesma, considerando que a música em contexto ritual o torna um contexto terapêutico.
Description: 231 p. : il.
URI: http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/864
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