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Title: Narcisismo e Sacrifício: modo de subjetivação e religiosidade contemporânea
metadata.dc.creator: Esperandio, Mary Rute Gomes
metadata.dc.contributor.advisor1: Bobsin, Oneide
Keywords: Processos de subjetivação;Subjetividade;Sacrifício;Narcisismo;IURD;Processes of subjectivation;Subjectivity;Narcissism;Sacrifice;UCKG
Issue Date: 24-Feb-2006
Publisher: Faculdades EST
Citation: ESPERANDIO, Mary Rute Gomes. Narcisismo e Sacrifício: modo de subjetivação e religiosidade contemporânea. 2006. 307 f. Tese (Doutorado em Teologia) - Faculdades EST, São Leopoldo, 2006.
metadata.dc.description.resumo: O presente estudo tem por objetivo evidenciar a articulação entre produção de subjetividade e religiosidade contemporânea. Especificamente, pretende-se colocar em relevo a prática do sacrifício tal como proposta pela Igreja Universal do Reino de Deus e como esta prática sacrificial se articula com o modo de existência (subjetivação) que se produz na contemporaneidade. A metodologia que dá suporte ao estudo baseia-se na genealogia de Foucault/Deleuze. A pesquisa genealógica permite-nos (des)construir o sentido do sacrifício levando-nos a perceber que o mesmo resulta de uma composição de forças que entram em relação. Ou seja, as transformações de sentido que se dão na noção de sacrifício guardam implicação íntima com os diversos processos de subjetivação que são produzidos em diferentes configurações sociais. Neste sentido, a pesquisa genealógica permite-nos ver, também, que a lógica sacrificial em que se assenta o modo de subjetivação, próprio da configuração social capitalista (e globalizada) é o que dá condições de possibilidade para uma experiência religiosa tal como a proposta pela Igreja Universal do Reino de Deus. A mesma força motora que impulsiona e reforça a economia capitalista, a cupidez (entendida como ambição, voracidade e cobiça), sustenta também a sua lógica sacrificial e legitima a proposta iurdiana de sacrifício que se oferece como remédio para lidar com a experiência contemporânea da vergonha. A vergonha é uma das manifestações mais bem acabadas do narcisismo reativo. Não alcançar o padrão ideal, socialmente produzido de sucesso econômico, felicidade, poder e bem-estar físico e emocional faz a subjetividade sentir-se envergonhada. Em função disto, podemos afirmar que a subjetividade hoje, experimenta muito menos culpa e muito mais vergonha. Por essa razão defendemos a tese de que a prática do sacrifício (como proposta pela IURD) encontra-se estreitamente vinculada ao narcisismo no modo como este é experienciado na contemporaneidade. E a experiência de narcisação reativa, própria da contemporaneidade, é condição e essência da prática do sacrifício iurdiano. O estudo do narcisismo e sacrifício contribui com a reflexão teológica atual porque, ao colocar em relevo as forças de narcisação que compõem o modo de subjetivação e as práticas sacrificiais na contemporaneidade, denuncia o triunfo das forças reativas. O narcisismo reativo expressa-se pelo fechamento do indivíduo à alteridade e pela busca de seus próprios interesses, efetivando-se, desse modo, a conservação, adaptação e reprodução da pobreza mesma de existência. Assim, um desafio que se coloca à teologia contemporânea, e que emerge do presente estudo, diz respeito à necessidade de uma reflexão teológica que contemple as forças ativas de narcisação, pois nelas encontramos o gérmem da criação e da afirmação da vida. A potência de criação é ativada quando o cuidado de si não se desvincula do cuidado do outro. As forças reativas empobrecem a vida e podem até mesmo destruí-la, pois capturam o desejo e se voltam para si mesmas e para o próprio interesse. Mas as forças ativas afirmam a diferença (não a desigualdade), o cuidado de si e do outro e fazem da diferença um objeto de alegria e de afirmação.
URI: http://dspace.est.edu.br:8080/xmlui/handle/BR-SlFE/518
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